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sábado, 23 de julho de 2011

Desenvolvimento Psicossexual da Criança

Estágio Oral (1º ano)
Durante o primeiro ano de vida, a criança estabelece uma relação mágica com o mundo através da boca, na medida em que a sua primeira necessidade vital envolve a alimentação, mediatizada pela mãe. A criança satisfaz e gratifica sua fome através da sua cavidade bucal, dos lábios e da mamada, por meio da qual também incorpora e suga o os objetos, os outros e as suas proprias extremidades, pela estimulação tátila-cinestésica, erótica, agradavel, que tal exploração corporal provoca, pois está conectada com os centros de prazer do cérebro.
O id já está presente no nascimento, sua satisfação é o motivo  da sua identificação primária. Mais tarde, a criança desenvolve os dentes, com os quais morde e mastiga, demostrando, nas palavras de Freud (1968b), uma agressividade primaria e um dos estado sádico-oral, também importantes para a sua autonomia. Nesta fase a boca contitui o orgão privilegiado de prazer e de relação com o outro - em especial, a mãe - com o mundo exterior, com o objeto e com o proprio corpo. O pôr a mão e o pé ou qualquer objeto acessivel na boca traduzem necessariamente mais um dos aspectos importantes da incorporalização emergente do ego.

Estágio Anal (2º - 4º anos)
A passagem por este estádio subentende o controle do esfingter anal, cujo descontrole prolongado pode implicar uma sensação de desconforto e de insegurança, com várias implicações no desenvolvimento da personalidade. Em paralelo com esta pulsão sádica e de destruição do objeto, surge um aspecto de "regulação" social: tenta-se persuadir a criança e uma facilitação, e posteriormente, a uma inibição de um impulso instintivo de auto-suficiencia. Trata-se de um periodo no qual podem ocorrer os primeiros "conflitos" e as primeiras "repressões" que se exercem no âmbito da constelação parental, familiar ou inserção social em uma instituição materno-infantil.
A libido ligada à evacuação e à excitação da mucosa anal, o prazer de eliminar, de regular e de reter, impregnados de significação sádica e de controle possessivo e somático, vão fazer surgir o dominio dos esfincteres, um dominio do corpo que permite a pulsão de dominação e de afirmação face ao mundo exterior, a que se pode associar o desejo de destruição de tudo aquilo que oponha a tal tomada de posição.

Estádio Fálico ( 3º - 5º anos)
Neste periodo, o orgão genital, o falo (vagina e penis), torna-se a zona erógena dominante, na medida em que espelha a pulsão agressiva de independencia como natural prolongamento da pulsão de dominação, ao mesmo tempo que se torna tambem em orgão de exploração e de satisfação, mesmo de mastubação genital, em que  o "ódio" pelo rival edipiano se vem instalar simultaneamente e do qual mais tarde brota a pulsão do amor.
Nascem neste estádio as manifestações auto-eróticas próprias desta idade. É neste periodo que se desenvolvemt também os complexos de Édipo e de Electra. De uma forma simplificada, podemos dizer que neste complexo envolve a atração sexual pelo progenitor do sexo oposto e a hostilidade e a oposição com o progenitor do mesmo sexo.O menino deseja a mãe e "opõe-se" ao pai, a menina deseja o pai e "opõe-se" a mãe.
Para Freud (1962), este complexo desempenha um papel muito importante nas atitudes adultas. A sequencia do complexo de Édipo no menino e do complexo de Electra na menina são diferenciados. No menino, o pai é um rival temido porque pode "castrar" os seus orgãos sexuais ( é nisto que se consubstancia a ansiedade de castração). Progressivamente o seu comportamento tende a reprimir o desejo sexual pela mãe, vindo, posteriormente, a identificar-se com o pai. Na menina, o problema é diferente, porque ela tende a tornar a mãe responsavel pela sua condição de castrada. O pai, mais tarde, é o objeto amado, porque possui o orgão que ela desejava possuir.A menina não passa pela ansiedade de castração, porque adota uma coação realista à sua condição sexual, não estabelecendo com o pai, desse modo, uma relação de repressão fantasmizada, o que favorece as aquisições educativas e o desenvolvimento das funções cognitivas.

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